Sou Doador » Blog » INTERNADO E AGUARDANDO POR UM CORAÇÃO – Dia Mundial do Coração, 29 de setembro – Por Ricardo Correa

INTERNADO E AGUARDANDO POR UM CORAÇÃO – Dia Mundial do Coração, 29 de setembro – Por Ricardo Correa

Meu nome é Ricardo, tenho 38 anos e estou internado e na fila de espera para um transplante cardíaco há pouco mais de 1 mês.

Aos 15 anos de idade tive o diagnóstico de Miocardiopatia Hipertrófica Congênita, porém não tinha sintomas.

Aos 34 anos, nos exames anuais, foi verificado o enfraquecimento do coração como consequência da Miocardiopatia, e passei a um quadro de insuficiência cardíaca.

Tive que me adequar a um novo estilo de vida, suspender a prática de exercícios, mudar completamente o ritmo de trabalho e estudos e passar a ter uma alimentação mais restrita.

Ao final de 2020, quando já estava com 36 anos, tive uma grave arritmia durante 3 horas, que só foi revertida com uma dose de remédio na veia, minutos antes de me desfibrilarem.

Após esta crise de arritmia, me foi implantado um CDI (Cardioversor Desfibrilador implantável) que dá choques para desfibrilar caso a arritmia seja fatal, e que também tem outras funções, como por exemplo, marcapasso.

Este evento fez o coração ficar ainda mais fraco.

Em fevereiro deste ano, tive 2 mortes súbitas abortadas pelo desfibrilador. Apaguei, e ressuscitei depois de alguns segundos do choque de 100 Joules aplicado pelo CDI.

Em abril de 2022 eu tive a infelicidade de pegar COVID mesmo tendo as 3 vacinas, daí em diante as crises de falta de ar, inchaço, mal estar, vômitos, náuseas e extrema limitação física passaram a ser parte do meu dia-dia até que uma crise no início de julho levou a conclusão de que o transplante seria o passo mais adequado.

Hoje me encontro internado no INCOR, medicado, monitorado e aguardando pacientemente pela minha vez. É uma angústia diária, pois vemos muitas pessoas na fila, e a melhor forma de minimizarmos as filas é através da conscientização de todos.

Uma ação super simples que recomendo a todos que eu converso hoje em dia é: abordem o tema de doação de órgãos quando estiverem em algum almoço ou jantar em família, para que cada um saiba a vontade individual do outro.

A família certamente vai respeitar a vontade individual, e essa ação pode salvar diversas vidas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *