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VOCÊ PODE FAZER MILAGRES! (Especial Dia das Mães) Por: Paula Trottmann

Esta não é a história da minha vida, é a história de uma nova vida em mim. Durante uma gestação natural de gêmeos idênticos absolutamente saudável e tranquila, com uma rotina normal de trabalho e até atividades físicas, comecei a sentir um pouco de desconforto e coceira. Por alguns dias, essa coceira foi encarada como inofensiva, afinal eu já estava no meu sexto mês de gestação e a barriga com os gêmeos já estava bem grande, além disso, não tinha nenhum outro sintoma.

Num sábado, alguns dias após o início da coceira, com sua intensidade aumentada e apenas a alguns dias de completar sete meses de gestação, decidimos ir ao pronto atendimento do hospital para ter certeza de que aquela coceira não apresentava nenhum risco para mim e principalmente para os bebês. Duas visitas a hospitais diferentes e o mesmo diagnóstico: nós três estávamos bem.

Mas, ao contrário do que os médicos disseram-me, meu corpo não estava bem. Já na segunda-feira, a indisposição estava evidente e fomos consultar nossa médica, nosso primeiro anjo, Dra. Rita Piscopo. Resultado: internação para monitorar a nós três.

E a partir daí as coisas evoluíram com velocidade, fui diagnósticada com uma hepatite sem causa conhecida logo no primeiro dia. No dia seguinte, quando completei 32 semanas de gestação, recebemos a notícia que os bebês teriam que nascer imediatamente. O medo e o desespero instalaram-se por um momento, ao mesmo tempo em que nossos corações enchiam-se de fé.

Os dois nasceram, e embora Pedro é que estivesse em sofrimento no útero, Arthur foi quem nasceu em uma situação muito delicada o que realmente não permitiria mais tempo de gestação. Tanto é que somente nos vimos pela primeira vez horas mais tarde, já na UTI, apenas pelo vidro da incubadora.No dia seguinte, houve uma esperança, pois meu corpo dava sinais de recuperação, mas isso não se confirmou. O quadro do tratamento com transplante parecia aproximar-se, embora eu mesma não tivesse noção da gravidade da minha situação.

E as coisas foram ficando difíceis, muito difíceis! Três dias após o nascimento deles, tormei-me candidata ao transplante de fígado. Inconsciente, sob os cuidados e intercessão do Dr. Francisco Zeni, fui transferida para o Hospital Leforte, em São Paulo, em busca do meu renascimento. A gravidade da situação colocou-me na primeira posição da fila para o transplante de fígado e essa era minha única chance de sobreviver.

Após receber incríveis TRÊS sins de familias que autorizaram a doação, o terceiro fígado foi compatível comigo. No dia 06 de junho de 2018, fui transplantada pela equipe da Dra. Huda e do Grupo Hepato a quem devo minha vida. EU renasci.

Iníciou-se mais uma longa batalha: 31 dias entre UTI e CTI e uma espera angustiante para conhecer meus bebês que também estavam em uma UTI à 200 quilômetros de distância. Porém, o agir de Deus é mesmo perfeito! Nunca havia sentido-me tão amada e nunca havia experimentado tantas coisas boas como naquele hospital. A rede de amor que se formou para apoiar-nos das mais variadas formas é mesmo obra divina, e Deus ouviu cada uma das preces feitas em nosso favor.

Trinta nove dias após o nascimento do Arthur e do Pedro, viajei para conhecê-los, e mesmo que tenhamos passado poucas horas juntos, foi o tempo que precisávamos para transmitir todo o nosso amor guardado durante esses dias.

E depois de tudo isso só posso dizer que a história do meu renascimento é também a história de muitas pessoas que fazem parte dele, em especial a “continuação” da história do meu doador que me deu a chance de viver a alegria infinita que é ser mãe do Arthur e do Pedro.

A toda à minha equipe médica nossa eterna GRATIDÃO e ORAÇÃO!

Jamais conseguirei agradecer suficientemente a todos eles, à minha família que em absolutamente todos os momentos esteve ao meu lado, aos meus amigos e a tantos “desconhecidos” que construíram comigo minha nova vida.

Como eu gosto de dizer: já fui uma, já fui três e hoje sou duas! Vive em mim o amor de uma família que me fez luz em meio às trevas.

Seja um doador você também, converse com sua família! Você pode fazer milagres!

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1 comentário em “VOCÊ PODE FAZER MILAGRES! (Especial Dia das Mães) Por: Paula Trottmann”

  1. Que linda essa história de força, fé e determinação. É incrível que qdo uma gravidez parece estar correndo bem, as vezes somos surpreendidas com surpresas nada agradáveis. Minha história por exemplo, tudo parecia bem até que mudou se o rumo completamente eu e minha filha Helena que hoje tem 3 anos de idade e 2 de renascimento. Ela é transtransplantada do coração tão pouco de vida mais muito pra contar.

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