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Nasci em 1994, vivi 25 anos saudável e sem apresentar problema algum. No final de dezembro de 2019, tive uma gripe e, dia 3 de janeiro de 2020, lutei pela vida com um quadro cardíaco inesperado. Um cenário complicado de imaginar, mas foi o que aconteceu comigo, uma jovem de 25 anos cheia de sonhos e com muitos planos para o futuro.
Fui transferida de uma Emergência para o CTI da Casa de Saúde São José com um quadro gripal e falta de ar, e a equipe foi supreendida ao evoluir para um sério problema cardíaco que me fez precisar de um transplante de coração para sobreviver.
De acordo com os coordenadores do CTI, os resultados dos meus exames apontavam uma Miopericardite, definida como uma inflamação no coração que deixava suas funções alteradas. Devido à gravidade da situação, fui indicada para usar um coração artificial, procedimento feito à beira do leito, porque eu não tinha condições clínicas de enfrentar o centro cirúrgico.
Testei positivo para o vírus Influenza, um caso raríssimo que me levou a ter paradas cardíacas. A implantação do coração artificial (ecmo) para que o quadro estabilizasse foi à base do heroísmo. O tempo de resposta era muito curto e eu corria sérios riscos.
Mesmo com o coração artificial e com remédios para combater o vírus da gripe, eu não melhorava a ponto de conseguir viver sem o equipamento. Por isso, os médicos optaram por transferir-me para um centro transplantador para que eu pudesse receber um coração novo, considerada a última linha de tratamento.
Acredito ter nascido novamente. Do jeito que aconteceu, da forma que foi, senti-me como instrumento de Deus, um milagre em todos os detalhes: desde as pessoas que foram colocadas no meu caminho até os dias atuais quando completo 8 meses de nova vida.
Tive limitações no início devido à gravidade da situação, mas depois de tudo que passei cada dia é uma vitória.
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