Aos 16 anos, fui diagnosticada com GESF (glomeruloesclerose segmentar e focal) uma doença que causa a perda de proteínas pela urina e, aos poucos, os rins perdem sua função.
Aos 18 anos, devido a uma Insuficiência Renal Crônica, foi necessária a implantação de um cateter no meu abdômen e dialisei de emergência!
Foram 8 meses com muitos sobressaltos, doenças oportunistas e internações até que tive que ir para a hemodiálise.
Nesse meio tempo, meus três irmãos foram chamados para fazerem os exames de compatibilidade. Apenas minha irmã foi selecionada, ela era 99% compatível comigo!
Aos meus 18 anos, estávamos eu e ela, cada uma em uma sala separadas apenas por um vidro, prontas para o transplante. A última coisa que lembro foi o médico dizendo para eu acenar para ela.
Depois desse ato de amor e altruísmo da minha irmã, começou minha segunda chance, voltei a ter uma rotina normal sem precisar ficar ligada a uma máquina dia sim dia não para sobreviver.
Fiquei com esse rim por 24 anos, até que a GESF retornou!
Me vi de volta à hemodiálise, foi um recomeço duro, afinal agora já sabia tudo o que enfrentaria. Foram sete anos aguardando em lista de espera.
Até que em 2019, recebi um telefonema: havia um possível rim compatível comigo!
Só fiz chorar desse momento em diante (de alegria, é claro), liguei para “Deus e o mundo” para dar a boa nova!
Fui para o centro cirúrgico. Lembro que dormi escutando rock, acordei horas depois com o rim funcionando. Ali começava minha terceira chance nessa jornada chamada “vida”.
Não tem um dia que eu não agradeça em minhas orações à família doadora. Sem esse SIM não sei se estaria aqui para contar essa história.
Minha missão hoje é ser uma multiplicadora e incentivadora da doação de órgãos: sou ativista e voluntária em dois projetos que têm esse tema como objetivo principal.
Olga Brígida Schekiera tem 52 anos é retransplantada de rim, mulher, mãe, amiga, ativista e voluntária na causa “doação de órgãos”.