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Gabi Noronha: Multiplicando amor e energia

Gabriela Noronha  – 43 anos – Transplante de fígado.

Comecei sentir os sintomas do meu problema hepático desde dos 28 anos. Fadiga, desânimo, prurido intratável. Somente aos 34 anos tive o diagnóstico que teria que fazer o transplante de fígado, pois tinha uma doença autoimune que destruía as vias biliares. Foram momentos difíceis de uma longa espera na fila. Imagine ver seus irmãos viajarem para fazerem exames para doar parte do fígado e nenhum poder ser habilitado. Apesar do abalo emocional, acreditava que a minha vez iria chegar para fazer o meu tão sonhado transplante.

Falar do meu transplante é como sentir uma emoção profunda cheia de sensações especiais, apesar dos momentos difíceis, sempre acreditava que iria conseguir transplantar e assim dar continuidade ao meus sonhos. Cuidar da minha família, dos meus amigos, viajar, estudar, trabalhar …

No período que passei na fila de transplante busquei alternativas que que me ajudassem a desligar-me da espera angustiante pelo transplante. Foi quando resolvi fazer um mestrado na Universidade Federal do Piauí. Precisava alimentar minha alma de pensamentos positivos, esperança e fé.  Assim fui construindo a minha teia de amor e carinho de pessoas especiais que ajudara-me a tornar meus dias de espera cheios de esperança. Lógico, que minha família era a minha base e existência.

Sonhava com o telefone avisando que já tinha um fígado pra mim. E essa foi uma das melhores sensações que tive na minha vida. E o melhor de tudo, hoje já transplantada e viva em função de uma família que fez um gesto de amor à vida, doando os órgãos.

Depois do transplante aos poucos fui resgatando e realizando meus sonhos. Terminei meu mestrado. Sou formada em Turismo, mas resolvi cursar Psicologia no intuito de preparar-me para ajudar de forma efetiva pessoas que estão em filas de transplantes. Novos desafios foram surgindo, torna-me atleta de vôlei de areia e corrida. Atualmente apaixonada pelos esportes.  Sem sombra de dúvidas mais uma opção para alimentarmos ainda os nossos transplantados de vida. É o que sinto quando estou jogando. Vivendo, amando, compartilhando, transbordando energia que por muito tempo ficaram acumuladas para viver a saúde e a dádiva da vida.

Me doaram amor, compaixão, vida… Acredito que a forma que tenho de agradecer ao gesto dessa família que salvou a minha vida é multiplicar e distribuir esse amor em forma de apoio às pessoas que estão em filas de transplantes.

#transplanteehvida #superação #filadeespera #doaçãodeórgãos #txfigado #fé #pensamentopositivo

 

3 comentários em “Gabi Noronha: Multiplicando amor e energia”

  1. Que exemplo!
    É gratificante poder ter a bênção de conviver com toda essa vivacidade!
    O mundo precisa muito de pessoas assim como você, Gabi!
    Admirabilíssima e inspiradora.

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