Se eu tivesse um coração sobrando, eu daria um que bombeasse sangue para todo o corpo daquele pai que sonha em dançar a valsa de formatura da filha, mas não pode devido ao cansaço inexplicável que sente apenas em andar poucos passos…
Se eu tivesse pulmões sobrando, daria àquele adolescente que nunca é escolhido para fazer parte do time de futebol na educação física da escola, pois só de pensar em correr atrás da bola já perde o fôlego…
Se eu tivesse rins sobrando, daria para aquele jovem que, em vez de chegar no horário da sessão de hemodiálise, chegaria ao trabalho, e ao retornar para casa ao final de um dia quente, poderia sentir a delícia de beber um copão inteiro de água fresca, sem precisar ficar preocupado com a quantidade de líquidos que está ingerindo…
Se eu tivesse córneas sobrando, daria para aquela avó enxergar e se encantar com o poder que tem uns rabiscos coloridos do netinho em uma folha de papel…
Se eu tivesse pâncreas sobrando, daria para aquela criança aproveitar a sua festinha de aniversário com tudo o que tem de direito, saborear as delícias e descobertas da vida sem precisar limitar tanto a sua alimentação…
Se eu tivesse um fígado sobrando, daria um para armazenar os nutrientes do organismo daquela mulher que deseja saber como é se sentir cheia de energia novamente, e poder fazer as coisas simples do dia a dia sem precisar sentir tanta dor e cansaço…
Acontece que não temos órgãos sobrando, mas quando não estamos mais aqui, tudo de nós sobra sem necessidade. Mesmo que não possamos escolher quem receberá essas “sobras”, sempre haverá jovens sonhando com o futuro, crianças querendo descobrir a vida, avós desejando acompanhar o desenvolvimento dos netos, pais querendo vibrar com as conquistas dos filhos, sempre haverá o amor de alguém esperando por uma nova chance de vida.
Aquilo que não serve mais pra você, pode significar a vida de um outro alguém! Espalhe esse amor, dê um presente para alguém: doe órgãos!
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