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O SIM QUE PERMITIRÁ VER MEU FILHO CRESCER – Por Clarisse Maia

Na infância eu tive uma vida relativamente normal, a única diferença para outras crianças era que eu me cansava mais do que elas. Tinha infecções pulmonares que se repetiam, mas com antibióticos eu melhorava. Outras vezes os medicamentos não respondiam bem e era necessário internar para fazê-los na veia. Em meio aos internamentos, eu realizava o Teste do Suor para tentar confirmar ou descartar o diagnóstico da Fibrose Cística, porém, o resultado era sempre negativo.

Aos 17 anos, no auge da minha adolescência, a confirmação finalmente chegou. Não foi fácil aceitar o diagnóstico de uma doença progressiva e sem cura. Fui rebelde, fugi várias vezes do meu tratamento com a justificativa que “queria viver”. Contraditório, não é?!

Aos 19 anos, entrei para a faculdade de Fisioterapia, nesse período, minhas internações ficaram mais frequentes, mas consegui me formar e concluir uma pós-graduação. Foram grandes conquistas que me orgulho!

Eu tinha sede por viver, tinha muitos planos e sonhos, por isso vivia no modo acelerado. Eu precisava estudar logo para me formar logo e trabalhar, precisava casar logo para ter um filho logo e realizar o sonho de ter minha família logo.Ser mãe era tudo que eu sempre quis, mas meu médico falava que eu não podia engravidar. Essa afirmação sempre ficava muito vaga para mim, pois eu não sabia o porquê. Até que um dia recebi uma surpresa boa chamada, Davi.

A gestação foi tranquila até o sétimo mês quando tive uma infecção respiratória, Davi precisou nascer antes do tempo. Ele nasceu perfeito, sem nenhum problema. Alguns dias após o nascimento do meu filho, meu médico informou que eu precisaria entrar na fila do transplante. Começei a utilizar o oxigênio e não consegui mais deixar de usá-lo, sigo precisando 24 horas por dia desde então.

Confesso que foi o pior momento ouvir essa notícia, foi muito complicado para mim! Meu filho tinha acabado de nascer, eu estava vivendo o melhor e o pior momento da minha vida, o meu sonho de ser mãe estava ali, no meu colo, concretizado. Ao mesmo tempo, uma enorme incerteza no meu coração sobre o futuro que se aproximava ligeiro, um transplante.

Hoje já faz 1 ano e 2 meses que estou na fila vivendo um dia de cada vez, aproveitando meu filho ao máximo, exercitando-me e fazendo de tudo para ficar bem fisicamente e conseguir brincar com ele todos os dias.

O SIM de uma família permitirá que eu veja meu filho crescer e consigamos brincar juntos sem eu me cansar. O SIM de uma família devolverá a minha vida!

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