Eu sou doadora de sangue já há muito tempo e sempre me senti privilegiada por isso, afinal ter saúde para doar sangue para pessoas que passavam por uma situação difícil é, de fato, um privilégio muito grande.
No entanto, foi em 2018 que fiz a mais importante, mais significativa – e igualmente a mais difícil – doação de sangue. Dessa vez, “a pessoa” que passava por uma situação difícil e precisava dessas doações para sobreviver era minha irmã.
A Paula estava em uma situação muito delicada, internada na UTI, e precisava de um transplante de fígado para sobreviver. Precisava também de muita doação de sangue para aguentar até o transplante e, claro, para sua recuperação pós-cirúrgica.
Nesse dia, atravessei decidida a rua do hospital em que ela estava internada, onde passávamos grande parte do nosso dia, e fui fazer minha doação, afinal era também uma forma de saber que eu poderia fazer algo por ela, o que me ajudou a fortalecer a nossa espera e esperança.
Ao retornar da doação, soube que o transplante iria começar dentro de algumas horas, e senti uma alegria muito grande. Foi realmente incrível fazer isso nesse dia, e essa lembrança me motiva até hoje, três anos depois, a fazer doação de sangue regularmente, mesmo durante a pandemia, adotando todos os cuidados necessários. Foi importante para mim, foi importante para a minha irmã, e continua a ser importante para milhares de pessoas que precisam de transfusão de sangue hoje.
Com a graça de Deus, dos profissionais da saúde, de uma família que disse SIM e também de muitos doadores de sangue, hoje a Paula está viva e vive uma vida saudável e plena.
Se você se encaixa nos critérios que o tornam apta ou apto a ser doadora ou doador de sangue, que tal agendar hoje mesmo uma doação?
Doar sangue é também doar amor, doar esperança e doar vida!
Fernanda Trottmann é professora de Língua Portuguesa, empreendedora, doadora de sangue e irmã da Paula, transplantada de fígado.