Hoje estou muito feliz, pois estou completando 50 anos de vida. Chegar a meio século de vida é um motivo muito especial para qualquer pessoa, mas para mim tem um motivo a mais para celebrar: meu corpo tem cinquenta 50 anos de idade, e meu coração tem 31.
Como pode ser isso? Eu explico: aos 25 anos, fui diagnosticado com Miocardiopatia Dilatada, uma doença que causa o enfraquecimento do músculo cardíaco e impede que ele realize suas funções de forma satisfatória. Com o passar do tempo, ele foi dando sinais de falência e somente um transplante salvaria minha vida.
Não era para eu estar aqui mais.
Mas os planos de Deus para minha vida eram outros. E, no dia 31 de dezembro de 2013, por providência divina, a família de uma jovem de 23 anos autorizou a doação.
Acredito que receber um órgão é uma das formas mais materializadas da expressão do amor de Deus. Considero que recebi o fôlego de vida pela segunda vez (E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida. Genesis 2:7).
Se não fosse esse ato de amor ao próximo, eu não estaria aqui para celebrar este momento tão sublime. Minha vida sempre foi repleta de grandes desafios, mas sempre encarei todos com muita força. Tenho plena consciência de que essa força não é minha, ela é oriunda de Deus que é zeloso, misericordioso e sabe de todas as coisas.
Nosso caminho pode ser repleto de adversidades, todavia nosso olhar para elas faz toda a diferença no enfrentamento. No balanço da minha vida, posso afirmar com toda a certeza de que o saldo é Gratidão.
Gratidão a Deus, gratidão a minha família, gratidão aos amigos, gratidão pelos dissabores que me ensinaram muito e gratidão à família da minha doadora.
Doar órgãos, além de um ato de amor, é um ato consolador! Doe órgãos, salve vidas!