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NÃO HÁ COMO VENCER MEDOS SEM ENFRENTÁ-LOS – Por Suelen Freire Rondini

Esta é uma verdade que o transplante me ensinou.

Desde o momento em que recebemos o diagnóstico que nos leva à fila de transplante, passamos a conviver diariamente com o medo.

Sentimos medo de falhar em algum aspecto do tratamento, medo que as pessoas que nos cercam se afastem ou passem a enxergar somente nossa doença e sintam pena de nós, medo de sermos julgados por não termos nos cuidado como deveria, medo de passar muitos anos em fila de espera, medo de perder nossa autonomia e, sobretudo, medo de não resistir ao tempo de espera e não ter oportunidade de realizar os sonhos que a doença nos impede de alcançar devido às limitações físicas que ela nos impõe.

Enquanto fiz hemodiálise, estive nesse carrossel de medos algumas vezes. Porém, entre os altos e baixos, a esperança de ser transplantada estava lá. E meu doador e sua família transformaram minha esperança em realidade.

Depois do transplante, eu não tenho medo de quase nada. A cada dificuldade que surge, eu penso: mas o que é este problema para quem fez um transplante duplo?

Toda pessoa em fila é alguém que enfrenta os medos e segue em frente.

Toda pessoa que se declara doador de órgãos e toda família doadora é alguém que coloca o amor acima dos medos.

Toda pessoa transplantada é alguém que olha para os medos que já venceu e por meio do SIM recebido sente que é capaz de enfrentar e vencer toda e qualquer situação.

E foi assim que eu (que cresci com medo de altura) encarei a altitude de uma montanha e saltei de tirolesa por 1,5 km, apreciando a beleza do trajeto e agradecendo ao meu doador por me permitir seguir vivendo e superando meus medos.

Agora não tenho mais medo de altura!

Suelen Freire – Transplantada Dupla e aventureira há 1 ano e 9 meses.

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